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Montanha-russa

Escrita criativa

Montanha-russa

Um jovem leão nasce e é educado como o sucessor de seu pai, o rei.
Seu tio, irmão do rei, planeja uma emboscada para os dois. Apenas o rei morre.
O filho consegue escapar e fica anos desaparecido.
Tempos depois, reaparece, destrona o tio e recupera a coroa.
O que vemos aqui?
A construção de um conflito. E como criá-lo?
Aristóteles dirá com nó e desenlace.
Veja: um jovem nasce predestinado a ser o sucessor do rei.
Surge o nó: o tio conspira contra o irmão. Há uma ruptura na ordem natural das coisas – o conflito.
Desde o exílio até a volta triunfal do novo rei é o desenlace do nó. Sobre essa montanha-russa narrativa, o escritor norte-americano Kurt Vonnegut (1922-70) desenvolveu um diagrama (1). A alegria é para cima (+); a tristeza, para baixo (-).  A personagem inicia sua trajetória do eixo zero ou um pouco acima dele. O gráfico começa a subir. Em algum momento, surge um imprevisto (nó). Começa a descida. Atravessa o ponto zero e cai ainda mais.
Daí, por algum motivo, surge uma solução (desenlace). A curva volta a subir e o ciclo se repetirá.
Geralmente, conto ou curta-metragem possui um ciclo; já romance ou longa-metragem, dois.
Essa jornada criativa está presente em TODOS os livros com milhões de exemplares vendidos ou roteiro de filme arrasa-quarteirão.
Por isso, quer iniciar sua trajetória literária com uma receita de sucesso?
Construa a montanha-russa.
  • Por:

    Luciano de Melo